RM lança diversos estudos sobre a Amazônia 6m635o
Publicações foram apresentadas no 16º Simpósio de Geologia da Amazônia
Uma das áreas com maior carência de informações geológicas do país, a região amazônica é o tema de diversos estudos que foram lançados pelo Serviço Geológico do Brasil (RM) durante o 16º Simpósio de Geologia da Amazônia. O evento ocorreu entre os dias 22 e 24 de setembro, no Centro Cultural dos Povos Indígenas, em Manaus. Também foram apresentadas a carta geotécnica e o mapa das áreas de risco geológico da zona urbana da capital do Estado do Amazonas.
Os projetos Avaliação do Potencial de Terras Raras no Brasil - área Morro dos Seis Lagos e Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil - Área Eldorado do Juma foram desenvolvidos com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre potencial mineral da Amazônia, região pouco avaliada e explorada, apesar das inúmeras ocorrências de bens minerais que demonstram potencial para a descoberta de novos distritos mineiros.
Como parte da ação de Levantamentos Geológicos Básicos, foram disponibilizados para comunidade científica e setor mineral, dados da geologia e recursos minerais da Folha Rio Roosevelt (1:250.000), da Folha Sumaúma (1:250.000) e do projeto Uatumã-Abonari que compreende as Folhas Igarapé Santa Canoa, Santo Antônio do Abonari e Vila do Pitinga. (1.100.000).
Na área de identificação de risco geológico e prevenção de desastres naturais, o Serviço Geológico do Brasil disponibilizou a Carta Geotécnica da Zona de Expansão Urbana de Manaus e o Mapa das Áreas de Risco Geológico da Zona Urbana de Manaus.
Nióbio e Terras Raras
Localizado no Noroeste do Estado do Amazonas, no município de São Gabriel da Cachoeira, o depósito Morro dos Seis Lagos é um carbonatito siderítico, conhecido como depósito de nióbio associado à crosta laterítica ferruginosa e indicado com potencial para terras raras e outros commodities. O Projeto Avaliação do Potencial de Terras Raras no Brasil - Área Morro dos Seis Lagos, Noroeste do Amazonas, apresenta pela primeira vez minerais portadores de Nióbio e Terras raras, o estudo tem como enfoque indicar o potencial de terras raras em uma região em que ocorrem pequenos garimpos de metais nobres e de minerais críticos, como columbita-tantalita.
Ouro e Manganês
Mapeamento geológico e cadastramento das ocorrências minerais da Folha Sumaúma, na região sudeste do estado do Amazonas, englobando junto a outras duas folhas, Mutum e Rio Roosevelt, abrange parte dos municípios de Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã, cujo principal o é a rodovia Transamazônica (BR-230). Destaca-se em seus recursos minerais, o potencial para ouro e manganês, respectivamente provenientes da bacia do Rio das Pombas e Mina do Cotovelo, rio Aripuanã. Indícios de estanho, fosfato e elementos terras-raras também são verificados, além da aptidão para tipos granitoides com aplicação para rochas ornamentais e depósitos de matérias para construção civil (areia e cascalho).
Eldorado do Juma
A publicação apresenta os resultados de pesquisa prospectiva em escala de semi-detalhe da região Eldorado do Juma, região que desde 2007 tem intensa atividade exploratória de garimpo. Traz aspectos geológicos do depósito, como geoquímica do depósito, mapas geoquímicos, alterações hidrotermais dominantes e potencial para outros metais associados, servindo de guia prospectivo para trabalhos exploratórios que venham a ser realizados em ocorrências minerais semelhantes no SE do Amazonas.
O mapeamento geológico da área amplia a caracterização do metalotecto de ouro correlacionado ao depósito aurífero do garimpo Eldorado do Juma e detalha em escala 1:25.000, atributos geológicos reconhecidos apenas em escala regional, como controle morfo-estrutrural e principais unidades hospedeiras da mineralização. A publicação apresenta ainda o resultado de um breve ensaio em pilha de lixiviação realizado sobre sedimentos das barragens de rejeito das frentes de lavra, mostrando o potencial aurífero pouco explorado deste depósito.
Desenvolvimento sustentável
A pesquisa de minerais estratégicos no Brasil e o potencial da região Amazônica foi destaque na programação do 16º Simpósio de Geologia da Amazônia. A palestra foi apresentada pelo chefe do Departamento de Recursos Minerais da RM, Marcelo Almeida, que também coordenou a mesa redonda sobre “Desenvolvimento sustentável dos recursos naturais/minerais da Amazônia: é possível? No total, 30 pesquisadores em geociências representaram a RM no simpósio. Foram apresentados 16 trabalhos técnicos desenvolvidos no escopo de projetos da RM, divididos em apresentações orais (06) e pôsteres (08). O Mapa Tectônico da América do Sul também foi tema de palestra, apresentada pela geóloga Lêda Fraga. A RM também foi representada na programação pelos minicursos: Análise estrutural de imagens aerogeofísicas por Felipe Tavares, Prospecção e mapeamento geoquímico por Eduardo Marques, Mapeamento de áreas de risco geológico a movimentos de massa, enchentes e inundação pelos pesquisadores Elton Andretta e Gilmar Souza.
Homenagem
Durante a cerimônia de abertura do 16º Simpósio de Geologia da Amazônia, a Sociedade Brasileira de Geologia fez uma homenagem aos 50 anos do Serviço Geológico do Brasil. A placa comemorativa foi entregue pelo presidente da SBG, Gilmar Vital Bueno ao diretor de Geologia e Recursos Minerais da RM, José Leonardo Andriotti. “A Sociedade Brasileira de Geologia parabeniza o Serviço Geológico do Brasil pelos 50 anos de serviços dedicados ao conhecimento geológico do brasil. Deste modo homenageia também a todos aqueles que fazem parte desta trajetória pelas conquistas e descobertas”.
Todas as publicações e os dados obtidos nos projetos de mapeamento encontram-se hospedados no banco de dados corporativo do Serviço Geológico do Brasil, o GeoSGB e disponibilizados e de livre o a todos os interessados.
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